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Presidente Prudente completa 105 anos de fundação com carência de dados para embasar perspectivas de desenvolvimento

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Presidente Prudente (SP) completa 105 anos de fundação nesta quarta-feira (14) e motivos para celebrar não faltam. Com mais de 230 mil habitantes, o município é o maior do Oeste Paulista e é ponto de referência para diversos cidadãos de outras cidades no setor da educação, saúde e comércio, entre outros serviços. Porém, quando o assunto é a saída e entrada de moradores, Presidente Prudente vive em uma bolha de dúvida.

Vitória Bittencourt, de 20 anos, é a mais nova prudentina e conta que sua experiência na cidade está sendo muito positiva até então. Ela se mudou de Bataguassu (MS) para cá em julho deste ano para estudar Direito em uma das faculdades particulares da cidade, e conta que está vivendo um “mundo de possibilidades”.

“Eu conhecia Presidente Prudente anteriormente por conta do meu pai, que tem uma mercearia em Bataguassu. Às vezes, eu vinha para cá com ele comprar alguns produtos para abastecer nosso comércio, por conta dos preços mais em conta nos mercados maiores daqui. Também já tinha vindo para me consultar com médicos , mas morar está sendo uma experiência completamente diferente” , disse Vitória ao g1.

A estudante começou a faculdade em 2020, durante a pandemia e, por conta disso, ela teve aulas remotas e permaneceu em Bataguassu. Quando começaram as aulas presenciais, em 2022, ela não sabia se ia conseguir se adaptar ao curso e a rotina de aulas. Vitória então, como muitos universitários, viajava todos os dias para estudar em Presidente Prudente.

Ela saía de Bataguassu às 17h e chegava na cidade por volta das 19h, para então frequentar as aulas. Além da rotina cansativa da estrada, sua família tinha medo dos riscos de acidentes durante o trajeto. Vitória também não conseguia frequentar os grupos de estudos que a faculdade oferece e sentiu seu desempenho diminuir.

“Eu perdia muito tempo no caminho. Então minha família e eu decidimos que o melhor era me mudar para perto da faculdade, com o objetivo de melhorar meu desempenho nos estudos. Hoje moro em frente a faculdade, o que eu gastava duas horas para chegar na aula, hoje faço o trajeto em menos de 10 minutos. Está dando muito certo, estou adorando morar aqui”, afirma a universitária.

Vitória ainda conta que o que mais gosta em Presidente Prudente são as variedades de opções de escolha em todos os sentidos. “Na minha antiga cidade, por exemplo, tinha umas três opções de academias. Aqui eu posso escolher entre mais de 10 em qual eu quero fazer. Sem contar as opções de restaurantes e variedade de comidas que temos aqui. A praticidade dos aplicativos de alimentação, de transporte. É tudo muito prático e me dá a oportunidade de escolher o que eu realmente quero! Estou amando morar aqui, é sensacional”, ressalta a estudante.

A estudante Vitória Bittencourt, de 20 anos, mora em Presidente Prudente (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Segundo o economista e doutor em desenvolvimento territorial, Flavio Oliva, a questão de novas pessoas no município não se limita apenas à questão econômica, ela abrange principalmente a questão social. Uma vez que temos mais habitantes, a taxa de crescimento populacional está atrelada também à condição de vida. Assim, se a cidade oferece, por exemplo, alta empregabilidade, quanto mais pessoas nós tivermos aqui, melhor desenvolvimento, já que elas terão poder de compra.

“O problema é que quando nós não temos ocupações para todo mundo, isso acaba gerando conflitos de ordem social. A ordem social está intimamente atrelada à questão econômica. Municípios maiores, que têm um potencial econômico maior, atraem muitas pessoas, justamente pela questão da renda, da possibilidade de ter uma qualidade de vida melhor. Então, não basta tão somente atrair novos moradores, estas pessoas vão precisar estar trabalhando, ocupadas com uma atividade profissional para ter uma vida digna”, disse o economista ao g1.

A estudante de direito Vitória, por sua vez, conta que pretende permanecer na cidade após o término da faculdade para dar continuidade nos estudos, mas, caso apareça uma oportunidade de trabalho em outro lugar, terá que deixar Presidente Prudente.

“Eu planejo ficar aqui depois de terminar o curso porque quero fazer uma pós-graduação. Pretendo prestar concurso público, então, dependendo de onde eu passar, vou ter que ir embora. Mas, se eu tiver opção de ficar aqui em Prudente, eu fico. Até porque é uma cidade muito boa, onde eu tenho tudo ao meu alcance”, conclui Vitória.

Ainda de acordo com o doutor Flavio Oliva, para atrair novos habitantes e fazer com que eles permaneçam, Presidente Prudente precisa de um motivo forte. Muitas vezes, as pessoas mais jovens acabam buscando qualificação profissional na cidade e partem para locais onde veem uma possibilidade melhor de ascensão profissional. Mas, não dá para precisar ao certo qual é o cenário atual de Prudente. “Para dizermos isso, teríamos que ter uma base, uma pesquisa enfatizando esses dados, o que não temos. O que temos são suposições, hipóteses”, afirma Oliva.

A Secretária de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente, Ana Paula Setti, confirma que a Prefeitura realmente não possui dados para comprovar o que leva os prudentinos a deixarem a cidade, mas que, sem dúvida, a ascensão profissional é um dos principais fatores.

“Acredito que tudo depende da profissionalização. Temos muitos munícipes que ficam, como os médicos e dentistas que as universidades presentes na cidade formam todos os anos. Agora, temos profissionais que Presidente Prudente não tem mercado para eles, é o que os obrigam a irem embora”, afirma a Secretária ao g1.

Presidente Prudente (SP) é referência em educação e saúde no Oeste Paulista — Foto: Maycon Morano/M2 Comunicação

Falta de dados = falta de desenvolvimento

O economista ainda afirma que Presidente Prudente, atualmente, também não disponibiliza dados públicos do desenvolvimento da cidade em decorrência da entrada e saída de habitantes, o que poderia ser feito pela atividade pública.

“Não é tão simples, porém não é tão complicado. Requer muito investimento em informática e isso não é barato. Vai haver a necessidade de pessoas especializadas e recursos de tecnologia, porém, se tivermos condições de mostrar isso, certamente atrairemos mais investimentos, seja do empresário brasileiro ou internacional. Não estamos vendendo o peixe, na minha opinião”, disse Flavio.

A Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico confirma que Presidente Prudente não tem o controle desses dados e atualmente trabalha com dados oficiais de portais como o IBGE, que não são de controle da Prefeitura.

Questionada pelo g1 se esse levantamento caberia ou não a Prefeitura, a Secretária afirma que sim.

“Caber, sempre cabe. Acredito que poderia ter, mas justamente a parte de dados da Prefeitura está recebendo bastante alterações agora. O sistema que o município tem para fazer esse controle é antigo e não fornece essas informações. Para fazer começar a fazer esse levantamento, também precisaríamos de um profissional especializado na área, o que também não temos”, disse a Secretária ao g1.

Também questionada se a prefeitura tem um planejamento para começar a fazer este levantamento, Setti disse não ter essa informação.

Presidente Prudente (SP) completa 105 anos de fundação com uma população estimada em 231 mil pessoas — Foto: Arquivo/g1

Flavio Oliva reforça que o levantamento de dados setorizados, caso realizado pelo poder público, facilitaria a vinda de novos empreendimentos para Presidente Prudente.

“Neste caso, uma empresa que gostaria de se instalar na cidade teria que fazer esse estudo. Isso talvez atrapalhe o andamento estratégico da expansão, uma vez que se esses dados estejam disponibilizados em uma base interessante, seria muito mais fácil ter essa visibilidade. É o mesmo que irmos ao supermercado e os produtos não estarem nas gôndolas, onde vamos ver e como vamos comprar?” questiona o economista.

Ainda de acordo com a Secretária, criar um mercado para esses profissionais formados não é fácil. Muitas empresas deixam de se instalar na cidade justamente por falta de mão de obra especializada e a Prefeitura trabalha para aumentar a qualificação profissional.

“Essa é uma preocupação do Prefeito, ele sempre fala que gostaria que os filhos ficassem na cidade, se formassem e permanecessem aqui. É o que estamos trabalhando, principalmente aumentando a qualificação do mercado, porque muitas empresas não vêm para cá até pela própria falta de mão de obra especializada. Então nós formamos alguns profissionais, acaba não tendo mercado para todos aqui e eles vão embora. Por outro lado, algumas empresas procuram profissionais qualificados para exercer determinadas funções no empreendimento e não encontram por aqui”, conclui Ana Paula.

Economia de Presidente Prudente (SP) é predominantemente de comércio e serviços — Foto: Marcos Sanches/Secom

Presidente Prudente é considerada uma cidade universitária por atualmente contar com nove faculdades e universidades, de acordo com os números do setor de tributação da Prefeitura. Segundo o doutor em desenvolvimento territorial, Flavio Oliva, o setor econômico mais afetado com a vinda de novos estudantes para Presidente Prudente é o imobiliário. Também são diretamente afetados o setor alimentício, de vestuário e entretenimento.

“A vinda de novos universitários de outros municípios para cá, faz com que haja melhor distribuição de riqueza na cidade, tanto para o comércio, quanto para o serviço de maneira geral. Os eventos que são promovidos por meio das universidades também permitem a questão de rede hoteleira, que também se enquadra na prestação de serviços”, disse o economista.

A Secretária de Desenvolvimento Econômico afirma que por ser considerada uma cidade universitária, os comerciantes têm conhecimento das melhores e piores temporadas. Desta forma, o próprio comércio local se prepara para a vinda de novas pessoas ao município.

“Os estudantes movimentam o mercado do entretenimento, ou seja, bares, restaurantes, casas noturnas e até academia, pois os jovens costumam ter interesse em manter a saúde em dia. Sem falar que muitos deles também trabalham, fazem estágio. A cidade de Presidente Prudente acaba contribuindo para a profissionalização deles e a introdução no mercado de trabalho”, conclui Ana.

Estudantes movimentam diversos setores da economia em Presidente Prudente (SP) — Foto: TV Fronteira

Segundo Flavio, atualmente, a economia de Presidente Prudente é predominantemente de comércio e serviço, além de ser referência em saúde e educação para mais de 900 mil pessoas do Oeste Paulista.

De acordo com a última pesquisa realizada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Presidente Prudente tem uma população estimada em 231.953 pessoas, sendo a maior cidade em âmbito populacional da região Oeste do Estado.

Mercado imobiliário é o mais afetado com a vinda de novos estudantes para Presidente Prudente (SP) — Foto: Arquivo/g1


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Fonte: G1


14/09/2022 – 95 FM Dracena

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