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Colaboradores relatam defasagem, no quadro de servidores, salários baixos e não cumprimento do piso da enfermagem, em Presidente Prudente (SP). Funcionários da saúde do Hospital Estadual reivindicam melhorias, em Presidente Prudente (SP)
Aline Costa/TV Fronteira
Os funcionários do Hospital Estadual de Presidente Prudente (SP) realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (5), solicitando melhores condições de trabalho. Este é o segundo protesto em um intervalo de uma semana.
Os trabalhadores afirmam que as 14 novas contratações prometidas pelo Governo do Estado ainda não chegaram na unidade.
Diferente da primeira manifestação, os atendimentos de consultas foram realizados normalmente nesta quarta-feira.
De acordo com Paulo Índio, diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP) de Presidente Prudente, os serviços de saúde são ofertados no Hospital Estadual com diversas dificuldades.
“Ontem mesmo a gente teve falta de médico aqui. Criança, paciente que chegou aqui às 6h foram atendidos somente às 20h da noite por falta de médico. Então assim, as pautas continuam das paralisações até que o Governo traga um olhar aqui para a saúde do Hospital Estadual”, ressaltou em entrevista à TV Fronteira.
Além disso, ele informou que a unidade está operando com o quadro de funcionários reduzido pela metade, o que sobrecarrega os colaboradores efetivos.
“Estamos aqui com um quadro de funcionário hoje que está em torno de 40 a 50% e às vezes a gente vê algumas coisas que tem 14 funcionários contratados para cá, mas não está trabalhando até agora, não tem nenhum funcionário novo”, informou.
Além da defasagem de trabalhadores, os manifestantes reivindicam melhorias no salário e o cumprimento do piso nacional da enfermagem.
“As negociações em São Paulo estão sendo feitas, temos uma reunião a cada mês, agora vamos ter outra reunião com a secretaria na semana que vem, para a gente ver qual que é a linha que vamos tomar”, afirmou Paulo.
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Referência em maternidade e obstetrícia
O Hospital Estadual é referência no atendimento de obstetrícia e maternidade no Oeste Paulista. Segundo o diretor regional, cerca de 250 partos são feitos por mês na unidade.
Com a demanda e defasagem no quadro de funcionários, os trabalhadores da saúde sofrem com sobrecarga e acúmulo de horas extras.
“Com a falta de trabalhador, a falta de contrato ou mesmo de concurso, a carga de serviço dobra. Tem trabalhador dobrando período de trabalho, fazendo plantão extra e tudo isso acaba prejudicando o trabalhador. A gente espera que o Estado venha e contrate ou que faça concurso. O serviço fica precarizado para quem vai ser atendido, crianças e mulheres que vêm para cá”, disse.
Ana Paula é de Sandovalina (SP) e costuma ir sempre ao HE por conta de uma condição do filho Heitor. Apesar dos problemas enfrentados pelos funcionários, ela conta que sempre é bem recebida por eles.
“Ele tem hidronefrose, descobri assim que ele nasceu. Todas as vezes que eu venho, [o filho] é muito bem atendido, sou super bem atendida. Eu venho de fora e todas as vezes que eu venho, sou super bem atendida mesmo, não tem o que reclamar”, relatou em entrevista à TV Fronteira.
Ela ainda conta que além de levar o Heitor para realizar o tratamento, ela também foi paciente, quando teve a outra filha no hospital há 10 anos. De lá para cá, ela conta que não notou melhorias no espaço.
“Um hospital desse aqui tem que ter mais rendimento. Aqui é um hospital maternidade, tive minha filha aqui há 10 anos atrás e continua do mesmo jeito, sem melhorias. Acho que eles estão de parabéns e tem que lutar pelo o que é deles. É uma coisa complicada, chegar aqui e não ter médico”, finalizou.
Funcionários da saúde do Hospital Estadual reivindicam melhorias, em Presidente Prudente (SP)
Aline Costa/TV Fronteira
Melhoria ou greve
Deise é funcionária do Hospital Estadual e participou da manifestação nesta quarta-feira. Segundo ela, tanto a falta de funcionários quanto a remuneração atual estão insustentáveis.
“A questão da falta de funcionários é crucial, a gente não consegue trabalhar. Como disse, um trabalha por três, quatro. A questão da reivindicação salarial, que é insustentável o nosso ticket continuar do jeito que está e o nosso salário não ter aumento há mais de 10 anos”, explicou.
Com o ato em frente a unidade, a expectativa é que tudo se resolva o quanto antes.
“A gente sempre começa uma luta achando que a gente vai se dar bem, porque se a gente não se movimentar, não se manifestar e não informar a população, ninguém vai ficar sabendo. O Hospital Estadual realmente está com muita dificuldade”, ressaltou à TV Fronteira.
Ainda conforme o diretor regional do Sindsaúde, caso o Governo do Estado de São Paulo não atenda as reivindicações, a manifestação pode evoluir para uma paralisação nos atendimentos.
“A gente precisa tocar essa manifestação até que se construa uma greve, porque, se o Governo não der resposta, a gente vai para uma greve por tempo indeterminado. Essa chamada agora, no começo, é uma chamada para fazer uma negociação, é um manifesto para que o Governo olhe e faça uma negociação com a gente. Está tendo as reuniões, o Governo está sinalizando que quer negociar, mas ele precisa de uma coisa mais contundente, mais verdadeira”, finalizou Índio.
Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo/TV Fronteira
O que diz o Hospital
Em nota à TV Fronteira, o Hospital Estadual de Presidente Prudente (HEPP) informou que os 14 profissionais contratados de forma emergencial já estão atendendo a demanda da unidade.
“Em relação à manifestação, os atendimentos estão mantidos conforme a habitualidade e os profissionais atuantes não aderiram ao protesto”, concluiu o informativo.Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.
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Fonte: G1