NOTÍCIAS


Com cabelo trançado e túnicas, padre celebra origem de suas raízes na igreja e na vida: ‘Um jeito de expressar minha africanidade’

[ad_1]

Valdemar Cardoso, de Dracena (SP), já integrou grupo nacional de agentes pastorais negros e, no auge de seus 65 anos, faz questão de ser quem é, sem medo ou vergonha. Padre de Dracena (SP), Valdemar Cardoso celebra origem de suas raízes na igreja e na vida Pascom/Paróquia de São Francisco de Assis “Todos nós somos luz, e, por incrível que pareça, a mesma luz, porém, refletida com corpos diferentes”. Essa luz, que atravessa os vitrais coloridos da igreja pertencente à Paróquia de São Francisco de Assis, em Dracena (SP), alcança o altar e faz brilhar uma das figuras mais importantes: o padre Valdemar Cardoso. Com tranças na altura dos ombros e túnicas que remetem à cultura afro, o líder religioso celebra sua africanidade ocupando uma posição que, tempos atrás, era majoritariamente preenchida por pessoas brancas. O visual chama atenção, mas vai além de simplesmente despertar olhares curiosos. Ele exalta a ancestralidade com que o pároco firmou sua identidade e a destila mundo afora, ao longo de seus 65 anos “vividos com muita alegria e intensidade”. “Se os italianos, alemães, japoneses etc. têm a liberdade para expressar sua cultura, eu também fui percebendo que tinha e podia expressar a minha cultura, não só nas vestimentas, mas no meu jeito de ser. Eu fui assumindo o meu jeito de ser. Eu sou negro, da cultura negra”, observou ao g1. No auge de seus 65 anos, Valdemar Cardoso tem orgulho de sua identidade André Kuwada Identidade 🖐🏾 Essa motivação para assumir quem é, sem medo ou vergonha, de acordo com o padre, vem desde 1984, época em que ainda estudava filosofia e teologia na capital paulista e integrava um grupo nacional de agentes de pastoral negros. Dos estudos sobre a história e a cultura africanas, compartilhados entre os amigos católicos, o estudante despertou o desejo de assumir para todos a sua identidade, que descendia da milenar e plural África, considerada o berço da humanidade. “Eu me lembro que comecei, primeiro, com as vestimentas. Passei a usar roupas africanas e, depois de padre, também, inclusive, até túnicas para as celebrações nas missas com tons africanos. Era um jeito de eu expressar a minha africanidade”, revelou. Motivação para assumir africanidade veio em 1984, quando integrava um grupo nacional de agentes de pastoral negros, em SP Pascom/Paróquia de São Francisco de Assis Com o tempo e o amadurecimento da consciência voltada à negritude, o pároco começou a trançar os cabelos, visual que mantém há 25 anos. Desses, boa parte passou atuando em uma rede de televisão católica, momento em que percebeu a aceitação e o respeito dos colegas pela cultura africana, algo que fazia questão de mostrar. “Eu uso tranças até hoje como expressão da minha africanidade, da minha cultura, de quem eu sou. É uma expressão da minha identidade”, afirmou ao g1. Ao longo da trajetória devocional, olhares de admiração cruzaram o caminho do então padre. No decorrer desses 34 anos, em nenhum momento recebeu comentários negativos à forma como escolheu expressar as suas raízes, pelo contrário. “O que eu percebi foi uma admiração, um apoio, principalmente dos jovens, adolescentes e crianças […]. Isso, para mim, já é um sinal de grande respeito, de aceitação, de abertura para a cultura africana. Escutei muito: ‘Ficou bacana’, ‘Que legal’, ‘Parabéns!’. Outras pessoas, principalmente jovens, perguntavam para mim: ‘Onde você fez essas tranças? Eu gostaria de fazer também”, relembrou. Padre Valdemar Cardoso percebeu admiração e apoio dos fiéis diante do visual Pascom/Paróquia de São Francisco de Assis Representatividade 👨🏿‍🤝‍👨🏿 (re·pre·sen·ta·ti·vi·da·de). Substantivo feminino. 1. Caráter do que é representativo 2. Qualidade reconhecida a uma pessoa, a um grupo, a uma entidade ou a um organismo, mandatado oficialmente por um grupo de pessoas para defender ou representar os seus interesses ou exprimir-se em seu nome. Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023. A identificação gerada pelo líder religioso também desperta a motivação dos fiéis, que se veem representados por alguém como eles e são convidados a ser quem realmente são, “independente de cabelo ou roupa”, de acordo com o padre. “A felicidade de viver está quando você assume quem realmente você é e deixa os outros serem o que quiserem ser. Sabe aquela coisa de livre arbítrio? Aquela coisa de ‘liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós’? Eu penso que a felicidade vai por aí. E eu, vivendo assim, sou feliz e passo essa felicidade para as pessoas, esse convite para serem quem elas são e pronto”, enfatizou ao g1. O mundo e os fatores sociais externos, mesmo os negativos, também são enxergados pela óptica otimista do devoto. O fato de aceitar e expressar sua negritude de forma plena o fez ser indiferente a episódios de racismo que, eventualmente, possa ter sido alvo, por exemplo. “Se existiu, eu nem percebi, porque eu estou em outra dimensão, a dimensão de amar, e amar todas as pessoas como uma grande alma, porque todos nós somos luz, e, por incrível que pareça, a mesma luz, porém, refletida com corpos diferentes […]. É um pouco como as estrelas no céu. As estrelas sabem que a noite é noite, que a noite é escura, mas elas deixam a noite ser noite e simplesmente dão o seu brilho. Eu sou bastante indiferente àquilo que não constrói, que não faz a gente evoluir, que não enriquece”, disse à reportagem. Pároco começou a trançar os cabelos há cerca de 25 anos Pascom/Paróquia de São Francisco de Assis ‘Deixar fluir’ 🌊 Baseado na filosofia taoísta, Valdemar Cardoso empresta os versos dos Novos Baianos em “Mistério do Planeta” (1972) e “vai mostrando como é, vai sendo como pode”. Para ele, tudo é o que é e ponto, cabendo aos seres humanos a tarefa de “deixar o rio da vida fluir e simplesmente seguir em frente”. E, assim como os rios, que revelam sua impermanência através do curso d’água e, ao mesmo tempo, deixam e levam um pouco dos lugares por onde passam, o padre assume a sua mutabilidade por meio de outras faces, como a de hipnoterapeuta, psicoterapeuta e terapeuta floral, sempre focado em “iluminar”. “Acho que tem todos os seus valores, tem suas limitações. Estou mais na dimensão de simplesmente deixar fluir […]. Estamos em uma dimensão de todas as possibilidades, então, respeito essas possibilidades, e a gente vai fluindo, vai fazendo a experiência existencial e vital com tudo e com todos”, concluiu. Foco do também hipnoterapeuta, psicoterapeuta e terapeuta floral é ‘iluminar’ Pascom/Paróquia de São Francisco de AssisVeja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.
[ad_2]
Fonte: G1


20/11/2023 – 95 FM Dracena

COMPARTILHE

SEGUE A @95FMDRACENA

(18) 3822-2220


Av. Expedicionários, 1025, Centro
Cep: 17.900-000 – Dracena/SP

Todos os direitos reservados.  

NO AR:
AUTO PROGRAMAÇÃO