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Esta semana, dia 15, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou lei que criminaliza bullying e cyberbullying. O texto modifica o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O bullying é um assunto antigo, tão antigo que muitas pessoas até satirizam a relevância que é dada de uns tempos pra cá ao tema.
Não pode nem brincar, dirão alguns.
O fato é que as justificativas dadas sob o nome de brincadeira são humilhações através de piadas, provocações, apelidos, intimidações, discriminações ou empurrões. Pode ser divertido para quem pratica, mas doloroso para quem é o alvo desta atitude isenta de empatia.
Esta violência- intencional, agressiva e repetitiva – individual ou coletiva, pode levar a desdobramentos graves, incluindo pensamentos suicidas e até o suicídio. Portanto, não existe brincadeira quando o outro lado sofre. E muito.
O bullying pode se apresentar através de várias formas de violência como a física, verbal, psicológica, social, moral, material, sexual ou virtual, e que nem sempre são percebidas pela maioria das pessoas justamente pela naturalização do que denominam como brincadeira.
As vítimas, que pela insegurança e baixa autoestima, não denunciam por temerem mais represálias. E quando questionadas tendem a minimizar a situação, porém com explicações nada convincentes. Por isso, precisamos prestar atenção nas alterações de comportamento, nem sempre tão evidentes, que podem se manifestar de várias formas, desde o adoecimento emocional, como depressão, ansiedade, isolamento, insônia, queda no rendimento até sinais físicos como perda de apetite, dores de cabeça ou vômitos, principalmente próximo ao horário de ir à escola.
Claro que nem tudo é bullying. Não devemos rotular qualquer situação de conflito ou discussões pontuais como bullying. Mas nem por isso devemos banalizar sua gravidade, não refletindo ou questionando as ações que os espaços, a sociedade como um todo, adotam para desbancar os números de casos de bullying.
Todos nós temos uma história pra contar sobre bullying. Já sofremos e/ou praticamos. Fomos vítimas e/ou agressores. Sabemos que o ambiente escolar é um dos mais favoráveis para a prática. Porém, ele não deve ser o único responsável para que este cenário de violência se modifique. É crucial que escolas e famílias estejam atentas e discutam incansavelmente temas como bullying, respeito ao próximo, aceitação das diferenças e limites na educação.
É preciso debater a educação dada às crianças atualmente. O excesso de permissividade na educação dos filhos, sem nenhuma restrição sobre suas ações negativas, desenvolve indivíduos arrogantes. Esse contexto promove um desejo exacerbado do “eu” e, por conseguinte, enfraquece o reconhecimento dos sentimentos alheios, resultando em baixa empatia.
Sem dúvida, ambientes que estimulam o desenvolvimento emocional, e isso inclui, dentre outras coisas, o respeito à alteridade, não há espaço para o bullying. Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga
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Fonte: G1