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O bullying não é um assunto novo. Levante a mão aquele que não tem alguma história pra contar sobre algum momento em que foi motivo de zoação, mesmo que as reações tenham sido distintas. Os exemplos são vários, mas a grande questão aqui é que piadas, provocações ou apelidos podem ser engraçados para quem faz, mas não para quem é alvo destas atitudes nada empáticas.
O bullying pode ocorrer de diferentes maneiras, por isso nem sempre é percebido pela maioria das pessoas, já que as humilhações, muitas vezes, vêm disfarçadas de brincadeiras. De mau gosto, claro.
O ambiente escolar é um campo fértil para a prática desta forma de violência que pode se manifestar através de ameaças, empurrões, destruição de materiais, intimidações, discriminação, apelidos pejorativos, constrangimentos em público, risadinhas, isolamentos, comentários maldosos sobre a vida pessoal da vítima, dentre outras atitudes agressivas.
As provocações costumam deixar marcas na saúde mental dessas vítimas que, pela insegurança, timidez, baixa autoestima, tornam-se alvos fáceis dos agressores e, por vergonha ou medo de represálias, não dividem o sofrimento com ninguém.
É comum surgirem sentimentos confusos, sensação de fracasso e recusa em ir à escola, esta última, muitas vezes, interpretada pela família como birra ou preguiça. De qualquer forma, as consequências para a vítima é o adoecimento tanto físico como emocional, sendo os mais comuns ansiedade, angústia, depressão, irritabilidade, isolamento social, alterações no sono ou no apetite, etc.
Assim, há casos em que o adoecimento pode levar a ideias suicidas. O sentimento de não ser bem vindo, de experimentar a exclusão e a sensação de menos valia, pode fazer com que algumas vítimas, em razão da dificuldade de lidar com a situação, tomem atitudes drásticas como uma forma de fugir daquilo que as deprimem.
Então vem a questão: todo bullying resultará em suicídio? Claro que não podemos generalizar. Porém, existe, sem dúvida, uma necessidade de se preocupar. Um exemplo para ilustrar é a adolescência, período caracterizado por conflitos internos, alterações de humor, impulsividade, insegurança e que somado a fatores singulares, como o histórico de vida do adolescente, pode levar a extremos.
O que podemos fazer para mudar? A sociedade como um todo, principalmente os espaços familiares e escolares, precisam discutir incansavelmente sobre o bullying e suas consequências nefastas. Mas isto não é o suficiente. É essencial demonstrar através de ações de conscientização de atividades que expressem o respeito pelo outro e a aceitação das diferenças, uma vez que a empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro, não é inata, por isso é preciso desenvolve-la.
Vale lembrar que dialogar sobre bullying apenas em situações esporádicas, principalmente quando algum episódio vem à tona, revela que o assunto, no fundo, é tratado apenas como uma simples brincadeira.
Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga